O que previnem:
A vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC10) previne cerca de 70% das doenças graves (pneumonia, meningite, otite) em crianças, causadas por dez sorotipos de pneumococos.
A vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13) previne cerca de 90% das doenças graves (pneumonia, meningite, otite) em crianças, causadas por 13 sorotipos de pneumococos.
Do que são feitas:
Trata-se de vacinas inativadas, portanto não têm como causar as doenças.
A VPC10 é composta de dez sorotipos de Streptococcus pneumoniae (pneumococo), oito deles conjugados com a proteína D do Haemophilus influenzae tipo b, um com o toxoide tetânico e outro com toxoide diftérico. Contém também cloreto de sódio, fosfato de alumínio e água para injeção.
A VPC13 é composta de 13 sorotipos de Streptococcus pneumoniae (pneumococo) conjugados com a proteína CRM197. Contém também sais de alumínio, cloreto de sódio, ácido succínico, polissorbato 80 e água para injeção.
Indicações:
- Para crianças a partir de 2 meses e menores de 6 anos de idade é recomendada a vacinação rotineira com VPC10 ou VPC13.
- Para crianças com mais de 6 anos, adolescentes e adultos portadores de certas doenças crônicas, recomenda-se a VPC13.
- Para maiores de 50 anos e, sobretudo, para maiores de 60, recomenda-se a VPC13.
Contraindicação:
Crianças que apresentaram anafilaxia após usar algum componente da vacina ou após dose anterior da vacina.
Esquemas de doses:
VPC10 ou VPC13
- Vacinação infantil de rotina, quatro doses: aos 2, 4 e 6 meses de vida e reforço entre 12 e 15 meses.
- Para crianças entre 1 e 2 anos e não vacinadas: duas doses com intervalo de dois meses.
- Para crianças entre 2 e 5 anos de idade e não vacinadas: uma dose.
- Para crianças entre 2 e 5 anos e portadoras de doenças crônicas que justifiquem, pode ser necessário complementar a vacinação com a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23).
Crianças que começam a vacinação com atraso, após os 6 meses de vida, precisam que seus esquemas sejam adaptados de acordo com a idade de início. A SBP e a SBIm recomendam que se a criança foi vacinada com a VPC10, se beneficia da proteção de uma dose adicional da VPC13, administrada dois meses após a última VPC10.
VPC13
- Para crianças a partir de 6 anos, adolescentes e adultos com doenças crônicas que justifiquem a vacinação e ainda não vacinados: dose única. Em algumas situações, duas doses com intervalo de dois meses podem estar indicadas. Nesses casos, pode ser necessário complementar a vacinação com a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23).
- Para maiores de 50 anos: dose única.
- Para os maiores de 60 anos, recomenda-se complementar a vacinação com a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23).
Crianças menores de 6 anos que completaram o esquema de vacinação nas Unidades Básicas de Saúde com a vacina PCV10 têm benefícios se tomarem mais uma dose da VPC13, o que aumenta a proteção contra a doença pneumocócica.
Via de aplicação:
- VPC10 – Intramuscular.
- VPC13 – Intramuscular.
Efeitos e eventos adversos:
- VPC10 – Dor, inchaço e vermelhidão são relatados por 38,3% dos vacinados. Entre os sintomas gerais, irritabilidade é o mais comum (52,3%). Em mais de 10% ocorre sonolência, perda de apetite e febre. Entre 0,1% e 0,01% dos vacinados (crianças com até 5 anos) apresentam dificuldade respiratória, diarreia, vômitos, choro persistente. Erupções na pele e convulsões ocorrem em menos de 0,01% dos vacinados.
- VPC13 – Em mais de 10% das crianças vacinadas ocorrem: diminuição do apetite, irritabilidade, sonolência ou sono inquieto, febre e reações no local da aplicação (dor, vermelhidão, inchaço ou endurecimento). Entre 1% e 10% dos vacinados relatam: diarreia, vômitos, erupção cutânea, febre acima de 39°C. Entre 0,1% e 1% são acometidos por choro persistente, convulsões, urticária, reação local intensa. Raramente (entre 0,01% e 0,1%) ocorrem: episódio hipotônico-hiporresponsivo (EHH) e anafilaxia.
- O EHH pode acontecer nas primeiras 48 horas após a aplicação da vacina e não deixa sequelas. A criança apresenta-se pálida, perde o tônus muscular e a consciência. É em geral precedido por irritabilidade e febre e pode durar desde alguns minutos até algumas horas, mas, apesar de muito angustiante, melhora sem deixar sequela. Sua ocorrência não indica tendência de repetição quando da aplicação de doses subsequentes.
- Em adultos, mais de 10% apresentam: diminuição do apetite, dor de cabeça, diarreia, erupção cutânea, dor nas articulações, dor muscular, calafrios, cansaço e reações locais (endurecimento, inchaço, dor, limitação do movimento do braço). Em 1% a 10% ocorrem vômitos e febre. Entre 0,1% e 1% dos vacinados relatam: náusea, alergia grave, gânglios no braço vacinado.
Cuidados antes, durante e após a vacinação:
- Não são necessários cuidados especiais antes da vacinação.
- Em caso de febre, deve-se adiar a vacinação até que ocorra a melhora.
- Compressas frias aliviam a reação no local da aplicação.
- Recomenda-se evitar o uso profilático (sem a ocorrência de febre) de antitérmicos e anti-inflamatórios antes e nas 24 horas que seguem a vacinação.
- Qualquer sintoma grave e/ou inesperado após a vacinação deve ser notificado ao serviço que a realizou.
- Sintomas de eventos adversos graves ou persistentes, que se prolongam por mais de 24 a 72 horas (dependendo do sintoma), devem ser investigados para verificação de outras causas.
- Os eventos adversos são mais frequentes quando as vacinas são aplicadas no mesmo dia que a vacina DTPw-HB/Hib.
Onde podem ser encontradas:
- VPC10 – Nas unidades básicas de saúde, para crianças de 2 meses a 2 anos, e em clínicas privadas de vacinação, para crianças de 2 meses a 5 anos. Nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Cries), para crianças com até 5 anos de idade que tenham certas condições de saúde que aumentam o risco para doença pneumocócica grave. Em janeiro de 2016, o Programa Nacional de Vacinação passou a adotar, para o primeiro ano de vida, duas doses com intervalo mínimo de 2 meses, e dose de reforço aos 12 meses de idade.
- VPC13 – Em clínicas privadas de vacinação.